O que faz uma boa história? Pessoas. Gente. Coloque alguém fora de sua zona de conforto, vivendo nos extremos. Lá está uma boa história.

"Eu gosto de uma coisa errada", no título do livro, é o que conta uma das personagens. Ela é uma moça de vinte e poucos, bonita, um quê nervosa enquanto conversa com o repórter e seu marido num botequim paulistano. Tem bom humor. Não é que os dois sejam sexualmente experientes. Não são. Mas buscam algo diferente.

A Bruna Surfistinha daqui tampouco é a garota de programa best-seller que aparece em todos os programas de tevê. Esta é a primeira vez em que aparece na imprensa: quase uma menina, mal chegada aos vinte. Encanta seus clientes, escreve sobre eles num blog. Parece sempre dar a impressão de que se apaixona. De que o carinho, o afeto, são sinceros. E são sinceros. Aquele quase amor, com cinco, seis homens por dia, tem um pesado custo emocional.

Cá está uma série de histórias publicadas no site NoMínimo e na Revista da Folha de S. Paulo durante o ano de 2005. Todas têm algo a ver com sexo, um quê de como tecnologia muda o comportamento. Mas são, principalmente, sobre gente que se põe em situações extremas. Alguns aguentam o tranco, outros não. Um exercício de jornalismo narrativo no qual, no fim, nem o autor escapa.

Eu Gosto de Uma Coisa Errada